Moshe Dayan. Por Luis Avelima. Em 16 de outubro de 1981 morreu Moshe Dayán, político israelense.

 Moshe Dayan nasceu em maio de 1915 no kibutz Degania, a primeira colônia agrícola de caráter socialista implantada na antiga Palestina. Seu pai, Shmuel, oriundo da Ucrânia, foi o líder do pequeno grupo de pioneiros que começou a lavrar a terra às margens do Mar da Galiléia, onde tiveram que superar imensas adversidades e onde a malária, atingindo em ritmo impiedoso homens e mulheres, era parte do cotidiano. A par disso, ocorriam frequentes confrontações com os árabes da região. O jovem Moshe aprendeu o idioma árabe com fluência e registrou em sua autobiografia: "Meu comportamento com relação aos nossos vizinhos árabes sempre foi positivo e amigável. 

Eu admirava seu modo de vida, de trabalhar, e os respeitava. Estava certo de que, algum dia, viveríamos em paz ao lado deles". Entretanto, a conjuntura política daqueles dias o obrigou a enfrentar os árabes com pouco mais de vinte anos de idade. Em 1937, por ocasião de um dos intermitentes levantes árabes contra os pioneiros, ele foi designado intérprete de uma força policial escocesa integrante do poder mandatário britânico, que tinha como missão proteger de sabotadores o oleoduto da Companhia de Petróleo iraquiano que atravessava parte do país. Moshe Dayan, o Leão do Deserto, foi por muito tempo a figura mais popular de Israel. Foi transformado pela imprensa israelense como herói nacional, depois de sua tríplice ação vitoriosa em 1948, 1956 e 1967, rogava com humildade os editores que “parem com essas história de heroísmo”. Filho de uma família de pioneiros ucranianos instalados em Israel desde o princípio do século, nasceu em 20 de maio de 1915 em Deganya, primeiro kibutz judeu fundado na Palestina. Aos 7 anos, seus país se mudaram-se para um moshav, uma espécie de fazenda coletiva em que, ao contrário do kibutz, os seus membros têm propriedades de terra; ficava num lugar ainda primitivo e pantanoso, denominado Nehalal, onde o jovem Moshe aprendeu a arar a terra e usar armas de fogo. 

Ao 12 anos, foi designado para servir como sentinela contra os beduínos que faziam devastações em sua cidade natal, na Galileia, “onde se cultivava laranjas entre dois combates’. Aos 14 anos começou a treinar na Haganah, milícia israelense anterior à Constituição do Estado de Israel. Entrou aos 22 anos para um comando chefiado pelo Capitão Ord Wingate, que realizou ações de guerrilha contra árabes e defendeu os estabelecimentos agrícolas israelenses. Pouco depois da dissolução dessas patrulhas (seus idealizadores tiveram medo do seu poderio), os ingleses, então governantes da Palestinas, de acordo com o mandato que lhes fora conferido pela antiga Liga das Nações, o prenderam. 
Shimon Perez, David ben Gurion e Moshe Dayan

Levando a julgamento, foi condenado a dez anos de prisão. Seu crime: frequentava um curso clandestino de treinamento da Haganah. Libertado da prisão em 1941, quando os ingleses precisavam de ajuda contra a Síria, que era fiel o governo colaboracionista de Vichy Dayan voltou a lutar. Durante a invasão britânica, uma bala atingiu seu binóculo no lado esquerdo do rosto, ocasionando a perda do seu olho esquerdo, como a venda negra sobre o olho vazado tornou-se famoso, servindo de oficial de ligação entre os ingleses, na cidade de Jerusalém. Apesar das ameaças, atuou na reserva da Haganah, no posto de tenente-coronel. Quando o mandato inglês terminou, a 14 de maio 1948, Israel obteve sua independência, mas a Liga Árabe já havia declarado guerra o estado hebreu. Dayan, então, comandou a frente de Jerusalém e depois figurou entre os signatários do acordo que resultou o armistício com a Jordânia. Conhecedor profundo do território israelense, amante da arqueologia, corpulento, simpático, meio calvo, falando fluentemente o árabe, o hebraico e o inglês, Dayan, homem sem vícios, era chamado carinhosamente pelo seu povo de ‘nosso Moshe’. Em face da rigidez de suas convicções era considerado um oficial linha dura, a ele tendo sido confiadas também certas missões de natureza diplomática, como ocorreu em novembro de 1953, quando esteve na ONU discutindo a deliberação relativa às fronteiras entre Israel e Jordânia. De Nova York foi a chamado de volta a seu país, afim de chefiar o Estado-Maior do Exército, com o posto de major-general, o mais alto comando existente em Israel naquela época. 


Os quatros anos seguintes foram os de maior atividade de sua vida: empenhou-se em ampliar e modernizar as forças israelenses, fazendo questão de que todos oficiais fossem treinados em para-quedismo e táticas de guerrilha, dando ele mesmo exemplo. Em consequência, quebrou a perna, num salto mais audacioso, em 1955.Para os árabes, esta foi a terceira lição. Não valeu a experiência de 1948, nem muito menos a do outono de 1956, quando na campanha do Sinai, foram conquistados de maneira fulminante, em apenas de 24 horas, cerca de 120 quilômetros do seu território. O comando de Dayan, naquela ocasião, foi igualmente perfeito: fechou como uma rede duas divisões do Coronel Nasser e acabou derrotando 30 mil soldados egípcios. Gaza rendeu-se em menos de três horas de lutas.Dayan ganhou imediatamente notoriedade internacional, tanto mais que, 41 anos, era o general mais moço do mundo. Com certeza, teria ido mais além, não fosse a intervenção dos Estados Unidos e da União Soviética, impedindo a continuação do conflito, cujo pivô fora o Canal de Suez, que Nasser tinha nacionalizado.Em seu Diário da Campanha do Sinai, Dayan refere-se às complexidades da guerra moderna, que o obrigava a uma ação pessoal corajosa, cavalgando o radiador de um jipe sacolejante, à frente de suas tropas. Lembrava com certa nostalgia: -Oh, onde estão os bons tempos da guerra simples, quando assim que a hora da batalha se aproximava, o comandante subia em seu cavalo branco, alguém tocava a corneta e ele investia contra o inimigo? Remontando às causas da luta, Dayan considerava irrelevante a discussão em torno de quem dera o primeiro tiro:-Os choques mais sérios entre árabes e Israel, desde 1948 foram a Campanha do Sinai e as ‘ações terroristas’ e represálias que a precederam, sem contar a guerra de 1967. A Campanha do Sinai foi inicia por Israel. É verdade que o Egito fizera um pacto e instruíra um comando em conjunto com a Síria e Jordânia e mesmo criara bases no Sinai, das quais podiam ser desfechadas ofensivas contra Israel. Mas não pode ser dito com absoluta certeza que os egípcios teriam atacado, caso Israel não atacasse primeiro.Ele justificava a iniciativa de Israel com as grandes mudanças nos Estados Árabes, a ponto de não mais existir, à época, qualquer semelhança com reinado de Furak. O ódio dos árabes a Israel era o mesmo, pois enquanto a geração anterior de líderes e soldados árabes era motivada pelo desejo de vingar as humilhações de sua derrota pessoal, a geração seguinte dera à guerra uma tintura ideológica. Israel foi obrigado a agir para resguardar os seus ‘direitos’, e o fez de maneira perfeita.

Texto Jornalista Luis Avelima, SP
Compilaçao Fotos: <o.s.>

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